Em agenda de campanha, Moro volta a pisar no Congresso

Sergio Moro e Alvaro Dias || Crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado

Ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo de empresas que ele mesmo julgou, presidenciável do Podemos quer influir no debate da PEC do Calote no Senado

Ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo de empresas que ele mesmo julgou, Sergio Moro intensificou sua agenda em Brasília neste mês. Nesta terça-feira (23), o presidenciável do Podemos, aquele que pediu para que a audiência “prestasse atenção às suas palavras, não à sua voz”, deverá cerrar fileiras com seu partido na briga por mudar a PEC do Calote, aprovada na Câmara Federal.

Moro usou recentemente a revista Crusoé, espécie de house organ de sua candidatura presidencial, para explicar seu ponto: “Se o objetivo da PEC fosse apenas viabilizar o pagamento de programas de transferência de renda, seria possível fazê-lo com melhor alocação de recursos orçamentários ou corte de despesas e, de nenhuma forma, se justificaria agregar novos gastos com a ampliação do fundo eleitoral para R$ 5 bilhões e a garantia de mais R$ 16 bilhões para as obscuras emendas parlamentares do relator”, escreveu.

Moro será ostentado no Senado pelo líder do Podemos na Casa, Álvaro Dias (PR), que recentemente disse em suas redes sociais que o neocorreligionário errou ao entrar no governo Bolsonaro”.

Também fará parte da comitiva o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), o “dono” do texto defendido por Moro e cia. Trata-se, em síntese, de um texto substitutivo ao da PEC dos Precatórios, que deve ser analisado na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta (24) e tem previsão de ir ao plenário até o dia 30, segundo o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

A última vez em que Moro esteve no Congresso foi no início de 2020, ainda como ministro da Justiça de Bolsonaro, em uma das últimas análises sobre seu pacote anticorrupção, que foi completamente depenado.