Arthur Virgílio

Arthur Virgílio || Crédito: Pedro França/Agência Senado

Anticandidato das prévias presidenciais do PSDB assume protagonismo no reality show que se transformou o viciante espetáculo da autofagia do partido

A síndrome de abstinência dos brasileiros que esperavam ansiosamente pela terça-feira para ver as sessões da CPI da Covid-19 parece que foi curada com algo ainda mais potente. Mais viciante que a catatonia das intervenções dos senadores Eduardo Girão e Luís Carlos Heinze e das imagens amazônicas de Omar Aziz, mais viciante talvez até do que nicotina e chope às sextas-feiras, o naufrágio do PSDB vem revelando um personagem divertidíssimo – o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.

Virgílio não usa de subterfúgios para dizer que o PSDB precisa se livrar do bolsonarismo – a maior parte de seus deputados federais vota sistematicamente com o governo. E o bolsonarismo da sigla, em sua opinião, é consequência direto da vontade e das ações do deputado federal Aécio Neves (MG).

No domingo (21), dia no bug do app que fez as vezes de cédula eleitoral das prévias, Virgílio já havia chamado Aécio de “maçã podre” – caminhão de maçã podre, para ser mais fiel –, e tomou a réplica, sendo chamado de “laranja do Doria” pelo mineiro. E, assumindo a pecha da maçã, Aécio disse que gostaria de “debater num pomar” com Virgílio.

O amazonense nesta terça (23) treplicou, em entrevista à CNN Brasil. Disse não ter entendido exatamente o porquê do “pomar” e que preferiria conversar com o correligionário na ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no Rio, mas que isso não seria possível pela impopularidade do deputado.

Assim, sugeriu Tijuana, no México, ou Cali, na Colômbia, locais em que Aécio se “sentiria confortável”.