A executiva Renata Vichi, CEO do grupo CRM (Kopenhagen e Brasil Cacau), lança nesta terça-feira (23), em São Paulo, o livro Chocolate nas Veias (editora Buzz), uma biografia empresarial cujos capítulos também servem como espécie de manual de liderança e empreendedorismo – para mulheres, especialmente, mas não só.
Aos 40 anos de idade e 24 anos de vida profissional, Renata costuma definir-se, citando a mãe, como “germanicamente britânica”. “Sou extremamente disciplinada”, diz, declinando, em entrevista por videoconferência a PODER Online, o que talvez seja sua principal característica como líder e executiva. “As pessoas estão cada vez mais ocupadas e menos eficientes”, diz.
A capacidade de executar várias tarefas e de ter flexibilidade é um ativo, para ela, bastante feminino, e ela acredita que é na flexibilidade que está uma das chaves para o sucesso empresarial. “É na ousadia de não ir pelo caminho mais óbvio, fora da zona de conforto, que os resultados surpreendentes acontecem”.
Um dos capítulos de Chocolate nas Veias é dedicado a uma espécie de autoconhecimento a partir das vulnerabilidades. A executiva, que tirou grandes lições da leitura de Anti-frágil, do autor e consultor Nassim Taleb, escreve que “abraçar” as próprias fraquezas pode gerar uma energia poderosa. Ela contou, na entrevista embebida abaixo, da dificuldade do nascimento de seu filho Bruno, por conta de uma infecção rara. Ele nasceu precocemente, teve paradas cardíacas e precisou ainda ficar hospitalizado por dois meses após o nascimento.
Na gestação, Renata ficou cerca de cinco meses internada, mas saiu de lá com “o Bruno num braço e a Brasil Cacau no outro”, dizendo que encontros com assessores e franqueados aconteciam num quarto anexo do hospital. A “conexão com o propósito” dava à executiva a certeza de que a maternidade e o surgimento da Brasil Cacau “iam dar certo”.
Renata também fala dos movimentos recentes do grupo CRM, que teve desempenho histórico na pandemia, com expansão recorde de lojas físicas e experiência digital vitoriosa. Ainda registra no livro a entrada do fundo de private equity na CRM e as mudanças pelas quais passa hoje o varejo.
“Antes a gente aprovava ponto comercial por fluxo, hoje quer conhecer o perfil comercial, quer saber como o franqueado trabalha a carteira de clientes.”