Em terra de cego quem tem olho é rei, reza o velhíssimo ditado. Por isso, dado o nível da Esplanada, quem não atrapalha já tem meio caminho andado para plasmar seu nome na história. O baiano João Roma, da Cidadania, por exemplo, parece estar nessa toada. Nesta terça-feira (16), teve a exoneração publicada no Diário Oficial da União (DOU), a exemplo do que fez recentemente Onyx Lorenzoni.
Com isso, reassume o mandato parlamentar para cuidar da tramitação de suas próprias emendas e ficar bem em seu domicílio eleitoral.
Na Esplanada, ministros não políticos, por seu turno, vêm sendo instados a debutar nas urnas. O caso mais emblemático é do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, citado por Bolsonaro no domingo (14), em sua viagem a Dubai, como um dos nomes que ele quer abrindo palanque no estado de São Paulo.
Mas o ministro da Infraestrutura tinha certa aversão à disputa eleitoral e declarou diversas vezes que não gostaria de ser “candidato a nada” em 2022, como reforçou em maio, no lançamento do programa Gigantes do Asfalto, no palácio do Planalto.
A menção de Bolsonaro a Tarcísio em Dubai não foi casual. É que foi ali que a divergência com o líder do PL, Valdemar Costa Neto, ganhou octanagem. O PL, que estaria “99% certo” para receber a filiação do presidente, quer apoiar Rodrigo Garcia (PSDB), o vice de Doria no Bandeirantes, para governador de São Paulo em 2022, algo que não é – por ora – admitido pelo Planalto.