Bruno Araújo

Bruno Araújo || Crédito: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados

Presidente nacional do PSDB faz a egípcia e mantém votação das prévias em sua data original, no domingo, a despeito de revelação de falhas de app a ser usado como cédula

Há profissões hoje um tanto mais divertidas do que a de presidente nacional do PSDB. O ex-deputado federal Bruno Araújo, aquele a quem coube dar o voto que sacramentou o impeachment de Dilma Rousseff numa noite infame de um domingo de 2016, lidera agora o processo das prévias internas da sigla que vão definir o candidato tucano a presidente em 2022.

E, olha, não está sendo fácil.

A votação, no próximo domingo (21), ocorrerá por meio de um aplicativo desenvolvido por uma fundação ligada à UFRS, universidade do mesmo estado de um dos candidatos, o governador gaúcho Eduardo Leite.

Até aí morreu Neves, ou melhor, não morreu Neves, já que o deputado federal Aécio Neves, o maior desafeto do grande adversário de Leite, o governador paulista João Doria, trabalha por Leite.

A questão é que neste feriado prolongado o vereador Cabelim, de Tapiratiba, pujante cidade do interior paulista, ensinou, em vídeo, como é fácil burlar o aplicativo. Em seguida, a votação de domingo ficou ameaçada.

Neta terça (16), Araújo bateu pé na linha “la garantia soy jo”, e o PSDB teve de emitir nota para dar conhecimento de que as falhas explicitadas por Cabelin foram corrigidas.

Ironicamente, Doria viaja nesta terça a Porto Alegre, na tentativa de trazer mais algumas sardinhas gaúchas para a sua brasa. Às 19h também deve ocorrer um “bate-papo pelas prévias”, ou algo que o valha, como revela a conta oficial do partido no Twitter.

Também no Twitter, Leite disse que convidou o homólogo paulista a tomar um café no Piratini ao chegar a Porto Alegre e aproveitou para dizer que ele  e Doria têm “estilos de ação política marcadamente diferentes” embora ambos queiram “mudar o  Brasil.”

Diante de tanto acontecimentos momentos, Bruno Araújo fez a egípcia.