Durante a votação em segundo turno da PEC do Calote, aprovada nesta quarta (9) na Câmara Federal, um punhado de deputados do Centrão saíram rapidamente do plenário para jantar com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a pedido deste.
Jantar, modo de dizer: na verdade, foi uma reunião informal e praticamente sem comida. Quem esteve no local precisou, depois, forrar o estômago na liderança do DEM, que tem organizado jantares em semanas de trabalho estendidas.
O presidente da autoridade monetária quis apresentar outra visão das finanças brasileiras, falando sobre inflação, câmbio, ataque ao Teto de Gastos e desoneração da folha de pagamentos.
Para o professor de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Marcos Limeira, Campos Neto poderá ser aproveitado pelo governo como uma espécie de “rosto” da articulação econômica. “É comum que chefes de bancos se encontrem com congressistas para amarrar as pautas econômicas do governo”, disse a PODER Online.
Mais cedo, Roberto Campos Neto havia defendido, em vídeo enviado à Conferência do Clima, que os presidentes de autoridades monetárias se unissem para encontrar soluções sustentáveis. “Ter uma agenda de sustentabilidade é importante porque o tema afeta os dois mandatos principais dos bancos centrais: a política monetária e a estabilidade financeira”, afirmou.