O ano de 2021 tem sido afortunado para o ex-prefeito de São Paulo e ex-senador paulista Gilberto Kassab. Presidente nacional do PSD, o partido sem ideologia (“nem de esquerda, nem de direita, nem de Centro”, na formulação memorável) que ele fundou em 2010, Kassab tem visto a sigla se fortalecer no parlamento e em Executivos pelo país.
As mais recentes filiações foram de peso: Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Eduardo Paes, prefeito do Rio. Ambos bandearam-se do DEM, o partido dirigido pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto, o Netinho, e que agora irá se fundir com o PSL.
Com Pacheco, Kassab ganha um nome terceira-viíssima para concorrer às eleições presidenciais de 2022. Se o senador mineiro não chegar às vias de fato, certamente com ele Kassab agrega valor ao apoio que o PSD irá emprestar a candidatos mais competitivos daqui a um ano.
Kassab falou com o editor Dado Abreu, da edição da PODER que chega nesta sexta (29) às bancas. Um teaser, a seguir:
BOLSONARO
“O comportamento do presidente na pandemia atrapalhou muito a confiança dos brasileiros e o êxito da sua gestão. A sua falta de experiência, e da sua equipe, também trouxe uma insegurança muito grande junto aos investidores, que são os principais responsáveis pela geração de emprego, de riquezas do país. Infelizmente, com a postura desse governo e do presidente Bolsonaro, esses investidores estão totalmente distantes do Brasil.”
RODRIGO PACHECO
“Ele é jovem, portanto sinaliza renovação, tem boa formação, é conciliador, capaz de representar a pacificação do país, e mostrou muito talento para fazer política. Foi eleito deputado federal por Minas Gerais, o que não é fácil, e na Câmara fez um bom trabalho, se elegendo para o principal cargo depois da Presidência, a presidência da CCJ. No Senado assumiu a presidência da casa em seu primeiro mandato. Espero que ele possa aceitar essa missão, se apresentar para os brasileiros que ainda não o conhecem e, com certeza, ao se apresentar, saberá conquistar a simpatia de um número muito elevado de eleitores.”
O PSD EM CIMA DO MURO
“A nossa independência permite aos parlamentares terem essa posição [de apoio ao Governo Bolsonaro]. É evidente que será incompreensível tal posição à medida que teremos um projeto diferente para o país nas eleições. Mas, neste momento, estar próximo ao governo, ou fazer parte do governo, não entra em choque com nossa independência. O [ministro das Comunicações] Fábio Faria é um amigo pessoal, fundador do PSD, e de comum acordo definimos a saída dele do partido.”