Pária ambiental desde 2019, quando Jair Bolsonaro assumiu o governo e o Brasil abdicou de abrigar a reunião da Conferência das Partes na Convenção do Clima, o Brasil chega às vésperas de nova rodada da Conferência, que começa dia 31 de outubro, em Glasgow, na Escócia, tentando sair das cordas.
Na segunda (18), os ministros Joaquim Leite (Meio Ambiente) e Tereza Cristina (Agricultura) apresentaram uma versão 2.0, digamos, do plano ABC (de Agricultura de Baixo Carbono) para mostrar que o agro brasileiro, além de pop e de direita é supostamente “verde” – a palavra pede ainda mais aspas e talvez mais alguns advérbios de modo.
Basicamente, a atualização exibida aumenta para 1,1 bilhão de toneladas a meta de redução de emissão de carbono equivalente da agricultura brasileira até 2030. Trata-se de uma proposta de redução sete vezes maior do que o valor anterior.
Os ministros chamaram de “política ambiciosa” a atualização do plano.
Curiosamente, o documento oficial brasileiro a ser apresentado na Conferência do Clima não mexe nas metas gerais de redução de carbono do país, algo que o engenheiro florestal e especialista Tasso Azevedo chamou, em entrevista a PODER, de “jogar na defensiva”.