Perto daquele a quem tem o dever constitucional de substituir, Hamilton Mourão é um Wittgenstein, um Schopenhauer, um Flávio di Giorgi. Nesta quinta-feira (16), o vice-presidente deu novas mostras de loquacidade e sensatez ao conceder entrevista para o site Poder 360 e, nela, declarar novamente não ver razão para o impeachment de Jair Bolsonaro.
Mas não exatamente por faltarem razões técnicas ao impedimento. O impeachment não cabe por estratégia política-eleitoral da… esquerda.
“Ficou claro nas movimentações do domingo passado que a esquerda não quer o impeachment. A esquerda vive colada no presidente Bolsonaro. Se ela perde a referência do oposto, perde seu rumo. Se a esquerda não participa, não há clima de rua. Dentro do Congresso, que é onde se joga esse jogo, acredito que o governo tem base parlamentar que impede o impeachment de prosperar.”
O vice-presidente tampouco negou que tem ambições para 2022, mas elas não passam por nova temporada em Brasília. Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, para governador ou senador: essas são as cartas neste momento na mão do general.