Líder caminhoneiro diz que paralisação da classe é briga interna por poder

Wallace Landim, o Chorão || Crédito: Reprodução/FB

Chorão, que se destacou na greve de 2018 insuflada por Bolsonaro, afirma ser contra a mobilização e que o agronegócio está por trás do movimento que vai minguando nesta quinta (9)

A paralisação de caminhoneiros pelo país, movimento que não é apoiado por grande parte da categoria, mas já tem o condão de fazer estrago razoável na atividade econômica brasileira – a ponto de o ministro da Infraestutura ter de confirmar a autenticidade de um vídeo produzido pelo próprio Bolsonaro pedindo o fim da paralisação – é uma “briga de entidades de classe” na opinião de Wallace Landin, o Chorão,  presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

Chorão teve seus 15 minutos de glória, digamos, na paralisação de 2018, de que foi um dos articuladores.

Em conversa com PODER Online, o dirigente afirma ser contra a mobilização, diz que apoia Jair Bolsonaro, e finalmente sustenta que o agronegócio estaria financiado os eventos espalhados em 15 cidades brasileiras, onde há início de paralisação.

“Os caras do agro estão por trás, financiando e tentando fazer bonito com o presidente, mas acabou dando errado. O Jair (Bolsonaro) não quer que a gente pare, até mandou áudios nos grupos de caminhoneiros falando que isso deverá atrapalhar os mais pobres”, aposta.

Landin diz que “existem várias frentes contra e a favor da mobilização” e que a categoria aproveitou a instabilidade do setor para pedir mais benefícios, pois teria sido uma das “mais prejudicadas durante a pandemia”.

Representantes da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) disseram também a PODER Online não terem sido convidados para o roadshow autocrático de 7 de Setembro, e sua pauta política contra o STF.

Aliada do governo, a CNTA tem trânsito livre com o palácio do Planalto, e busca minimizar a greve. A entidade atua como uma espécie de consultora informal do governo, o que cria ruídos no setor.

“É tudo briga por poder. Tem gente que está nessa só para falar que está junto do governo”, diz Chorão.

Falta só a união, né?