A história da possível candidatura presidencial do PSDB nas eleições de 2022 pode ser contada pelas gafes de João Doria – que ele, naturalmente, apesar de “não ter compromisso com o erro”, na expressão que o governador paulista patenteou –, gafes que ele jamais admitirá ter cometido.
Em fevereiro, a tentativa de se tornar presidente nacional do partido de chofre, num jantar com a participação do ex-deputado Bruno Araújo, hoje e então presidente da sigla, acabou fortalecendo o movimento de oposição interna, vitaminando a influência do deputado mineiro Aécio Neves sobre a sigla.
Naquela ocasião, o movimento desastrado de Doria fez surgir a candidatura à candidatura presidencial do governador gaúcho Eduardo Leite, que recebeu, ato contínuo, uma inesperada romaria de medalhões da sigla no palácio Piratini.
Esta semana a história se repetiu, e não exatamente como farsa. Em entrevista ao programa Roda Viva, Doria lamentou a desistência do senador Tasso Jereissati da disputa que irá selar a candidatura do partido, as prévias do PSDB em novembro.
Tasso veio a público, um tanto iracundo, desmentir que houvesse abandonado a disputa.
Nesta quinta (26), o jornal O Estado de S.Paulo mostra, contudo, que um acordo entre o “Biden brasileiro” e Eduardo Leite está em tela. Segundo o jornal, os dois jantaram juntos em Brasília, na terça (24), e o menu era a junção de forças para o enfrentamento das prévias.
“A gente trabalha com a lógica de estarmos juntos. Não parece ser o caso de termos candidaturas que se enfrentem”, disse Leite ao jornal. “Continuamos conversando eu e ele [Tasso] e espero que até as inscrições das prévias a gente tenha um entendimento.”