Depois do tropeço com Marisa, Americanas engole Natural da Terra

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Transação comunicada em fato relevante nesta quarta (11) é de R$ 2,1 bi; compradora qualifica hortifruti de elite como “referência digital no setor”

Num mesmo dia, a sexta (6), em movimento bastante pouco comum no mercado, as varejistas Lojas Americanas e Marisa emitiram fatos relevantes para dizer, basicamente, que a primeira (ainda) não havia comprado a segunda. Admitiam o início da transação, com as Americanas mencionando em sua comunicação ao mercado um “vazamento”.

Logo insiders souberam que um analista da BTG, banco que teria feito a avaliação do negócio, enviou um e-mail da análise para metade da Faria Lima, fazendo as ações da Marisa subirem na mesma hora e prejudicando o negócio.

A transação ainda não saiu, mas nem por isso a comichão parou na B2W/Americanas. Nesta quarta (11), a empresa anunciou que decidiu despejar R$ 2,1 bi na Natural da Terra, rede de hortufrúti de elite com 73 lojas pelas grandes cidades do Sudeste.

Em novo fato relevante emitido na quarta (11), assinado pelo diretor de RI, Miguel Gutierrez, a compradora qualifica sua nova presa de maneira elogiosa: “referência digital do setor no país, com as vendas online representando 16% do total, oferece conveniência, atendimento diferenciado e alta recorrência de compra, por meio da capilaridade, localização estratégica das lojas e integração digital.”

O redator estava inspirado: “a Natural da Terra também faz uso intensivo de dados, principalmente das vendas identificadas dos clientes de seu programa de fidelidade “Leve Natural”, atingindo, ao final de 2020, o patamar de 75% de identificação de suas vendas.”

O jornal O Globo viu paralelos nesse movimento da varejista com o da Amazon, que, como se sabe, comprou a rede Whole Foods, uma Natural da Terra norte-americana vitaminada, por US$ 13,7 bi.

De fato, Gutierrez em seu fato relevante vai nessa linha: “a aquisição da Natural da Terra possibilitará oferecer mais conveniência aos clientes, ampliando a oferta de produtos frescos e saudáveis, em linha com os novos hábitos de consumo.”