Com aumento de casos, celebração do “espírito carioca” sobe no telhado

Márcio Garcia, Daniel Soranz e Eduardo Paes || Crédito: Prefeitura do Rio de Janeiro

Depois de Eduardo Paes anunciar calendário de flexibilização festivo, prefeito do Rio recua, admite “equívoco” e pede atenção ao cenário epidemiológico em que variante delta se alastra na cidade

A já famosa frase “não tenho compromisso com o erro”, a versão de João Doria para limpar o currículo após um escorregão – no caso, uma viagem a Miami em pleno final de 2020, com o estado de São Paulo com restrições de circulação por conta da Covid-19 –, volta a aparecer, em versão distinta, no Rio de Janeiro.

O prefeito Eduardo Paes, que recentemente celebrou um “planejamento” de abertura bastante festivo – literalmente: em setembro programou-se quatro dias de eventos com o intuito de revigorar o “espírito carioca”, além de reabertura de casas noturnas e estádios de futebol – convocou entrevista para jogar um pouco de água na própria fervura.

“Quando a gente anuncia uma programação de reabertura, e admito o fato de ter passado de maneira equivocada, não quer dizer que a situação está sob controle. Nosso planejamento guarda relação direta com o cenário epidemiológico. Se temos casos aumentando, a tendência não é de abrir, é de fechar mais”.

Os dados preocupantes: a variante delta do coronavírus já é registrada em 50% dos casos registrados na capital carioca e os casos de Covid-19 do estado do Rio cresceram em 23% em relação a duas semanas atrás. Mesmo a vacinação, que pode chegar no cidade o Rio a 100% da população adulta nos próximos dez dias, na previsão do prefeito, podem não dar conta de um “liberou geral”.