Luís Miranda

Luis Miranda || Crédito: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Deputado do DEM-DF que comunicou a Bolsonaro os problemas de contrato do ministério da Saúde vai às lágrimas em semana em que virou alvo da Polícia Federal

A semana foi bastante intensa para o deputado Luís Miranda (DEM-DF), que ganhou destaque ao protagonizar, numa sexta-feira, no Senado, o que deve ter sido o grande momento da CPI da Covid. Depois de um “crescendo” dramático, ele acabou por envolver o colega Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, no controverso, pra dizer o mínimo, contrato da Covaxin com o ministério da Saúde.

Depois disso, numa reviravolta bastante em voga nos anos Bolsonaro, a Polícia Federal pediu ao STF autorização para investigar o deputado por denunciação caluniosa. Detalhe: pegando carona no mesmo processo que apura a possível prevaricação de Jair Bolsonaro por não dar curso às revelações contadas a ele por – Miranda.

A ministra Rosa Weber, do STF, plantonista do tribunal durante o recesso, ainda não respondeu ao pleito da PF. Pediu, antes disso, que a PGR se pronuncie sobre o tema.

Miranda produziu um vídeo e nele foi as lágrimas nesta sexta (23), logo após ficar sabendo que a empresa indiana Bharat Biotech, que fabrica a vacina Covaxin, decidiu romper seu acordo com a brasileira Precisa Medicamentos, que intermediou o negócio.

“A empresa que eu e meu irmão tivemos coragem de denunciar”, disse.

Miranda não fez segredo de sua perplexidade por se tornar alvo da PF. “Sou eu que devo ser investigado por ter denunciado um crime contra a saúde pública, contra o nosso povo? (…) Eu que estou na comissão de ética [da Câmara] por levar ao presidente uma denuncia que ele não levou a serio?”