Apesar de viajarem a uma velocidade três vezes maior que a do som e ultrapassarem a chamada linha de Karman, a mais de 100 quilômetros da superfície da Terra num voo de pouco mais de 10 minutos, o desembarque dos quatro passageiros do primeiro voo tripulado da Blue Origin, a empresa de turismo espacial de Jeff Bezos, foi como de alguém que tivesse acabado de pousar em Congonhas.
Ou quase. Ninguém saiu de maca ou com dificuldades de locomoção, mas o fundador da Amazon, Jeff Bezos, seu irmão Mark, a aeronauta pioneira Wally Funk e o jovem holandês Oliver Daemen, de apenas 18 anos, chegavam visivelmente emocionados.
“Best day ever”, (“melhor dia da minha vida”, em tradução livre) dizia sem parar Jeff Bezos, antes mesmo da equipe em terra conseguir, com alguma dificuldade, abrir uma espécie de escotilha do módulo espacial em que o quarteto viajou.
A viagem perfeita do módulo espacial e também do foguete da Blue Origin, que aterrissou no local previsto, consolida a nova fronteira espacial – o turismo sub-orbital –, que já havia vivido uma jornada gloriosa com o voo igualmente preciso de Richard Branson, no começo de julho, com sua empresa Virgin Galactic.
Branson, aliás, se congratulou com Bezos e seus companheiros de viagem, pelo Twitter.
Well done @blueorigin, @jeffbezos, Mark, Wally and Oliver. Impressive! Very best to all the crew from me and all the team at @virgingalactic
— Richard Branson (@richardbranson) July 20, 2021
Ainda não se sabe quais serão os próximos passos de Bezos e sua Blue Origin, mas a empresa já conta com um mailing de interessados nos voos que virão. Segundo dados divulgados pela companhia, 7 600 pessoas, de 159 países, inscreveram-se para o leilão que definiu o primeiro cliente da Blue Origin – o jovem Daemon.