Vasto, o restaurante para ver e não ser visto de Brasília, ganha notoriedade com caso do US$ 1

Crédito: Divulgação

Dentro do Brasília Shopping, restaurante de comida variada é discreto; dos mesmos donos do Coco Bambu, foi o local onde o representante da Davati teria ouvido pedido de propina

Brasília tem lugar para tudo. Para ver e ser visto, o Piselli, no Iguatemi chegou chegando. E, para ver sem ser tão visto, o melhor é o Vasto, no Brasília Shopping.

Que o diga o representante da empresa Davati Medical Supply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que reafirmou nesta quinta-feira (1º), na CPI da Covid, o suposto pedido de propina do então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, que acabou exonerado.

O Vasto tem tudo o que esse tipo de encontro precisa: luz baixa, mesas reservadas, entrada privativa e boa localização. Fica a exatos 4,6 quilômetros do Congresso Nacional e do palácio do Planalto, que são vizinhos.

É um dos endereços preferidos por quem gosta de comida de qualidade (apesar do combo “temos tudo”, de sushi a costela), mas prefere discrição às estrelas gastronômicas dos restaurantes mais visados.

O Vasto, pouca gente sabe, é do mesmo grupo do Coco Bambu, cujo controlador, Afrânio Barreira, é um fervoroso bolsonarista, mais um a fazer proselitismo pelo tratamento precoce e pela cloroquina. O restaurante disse ao jornal O Globo não ter mais gravação do circuito interno que poderia servir de prova do encontro de Dominguetti com Roberto Ferreira Dias.

Diante das dúvidas levantadas na oitiva de Dominguetti na CPI, que apresentou um áudio editado que tentava comprometer o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), o homem que levou a crise da Covaxin ao Alvorada, começou-se a achar que pode haver ação orquestrada e diversionista, em que Dominguetti seria um peão, para atrapalhar os rumos da CPI.