Planalto tenta agir rápido para sanear denúncias na Saúde

Zé Gotinha e Marcelo Queiroga || Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Depois da Covaxin, denúncia desta terça (29) publicada pela Folha de S.Paulo leva à demissão de diretor de logística do ministério; presidente está "puto", segundo assessores

Conselheiros do presidente Jair Bolsonaro foram chamados às pressas para tentar minimizar os efeitos da denúncia de suposta propina no ministério da Saúde, revelada nesta terça-feira (29) pela Folha de S. Paulo, que culminou com a demissão do diretor do Departamento de Logística da pasta, Roberto Dias.

A acusação, feita por Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa Davati Medical Supply é a de que Roberto teria pedido 1 dólar  por cada dose de vacina vendida ao ministério.

Pereira usou os adjetivos “asquerosa” e “tenebrosa” ao se referir à conversa que teve com Dias.

Foi justamente pensando no efeito colateral da denúncia que o time do PR se reorganizou para afastar dele qualquer possibilidade de ligação com o caso. A primeira medida, a exoneração de Roberto, foi tomada. A segunda é fazer como se fez no caso envolvendo o deputado Luís Miranda (DEM-DF) e a Covaxin: dizer que a coisa não se concretizou e que, por isso, não háé corrupção.

(Ainda que o problema neste caso sera prevaricação, por não ter mandado apurar — ou sustar — o eventual malfeito).

Mas Bolsonaro ficou puto (não tem palavra que expresse melhor a reação dele, segundo assessores) com a perspectiva de que se alguma coisa for provada, ele perderá seu argumento de campanha mais contundente: a bandeira anticorrupção.