Sem muita intimidade com o governo Bolsonaro, o ministro do STF Marco Aurélio Mello foi um dos que acreditou na suposta possibilidade de mudança vendida pelo presidente em 2018, chegando a comentar sobre a possibilidade de “se chegar ao Brasil sonhado”, na expressão de Mello, durante um festão de casamento em 2019, numa praia da Bahia.
O episódio deu o que falar nesta segunda-feira (21) durante um encontrinho de advogados que foram à Corte despachar com assessores do ministro. “E agora o cara sai corrido do Supremo”, disse um jurista que posava de íntimo, trazendo detalhes da festa pré-pandemia, cujo noivo era o chefe de gabinete do presidente do TSE Luís Roberto Barroso.
Ele se referia à antecipação de aposentadoria compulsória do hoje decano, que desistiu da ideia e resolveu cumprir expediente até a data-limite imposta pela lei – 12 de julho, quando o ministro completa 75 anos.
No frigir dos ovos, dá para dizer que o café de Marco Aurélio esfriou. Mal dos poderosos que, de uma hora pra outra, ficam sem cargo e perdem a importância.