Luciano Huck: a volta daquele que nunca foi

Luciano Huck || Crédito: Divulgação

No programa de Pedro Bial, apresentador refuga mais uma vez à candidatura, diz que nunca se lançou “candidato a nada” e confirma que irá substituir Fausto Silva na Globo

Luciano Huck finalmente declarou, em entrevista ao programa global Conversa com Bial, já na madrugada desta quarta (16), que seu caminho é o Projac, não as confabulações para tentar chegar ao Planalto em 2022.

Ele confirmou que irá substituir Fausto Silva, aos domingos, na TV Globo, e que, assim, está fora da corrida ao Planalto.

Acho bom eu deixar a fotografia bem clara e ser o mais franco e o mais sincero possível: eu nunca me lancei candidato a nada, não estaria retirando nada porque nunca me lancei”, disse ao jornalista Pedro Bial.

Bem, não é bem assim, como se pode ver mais abaixo.

De qualquer forma, a fala não surpreendeu absolutamente ninguém, mas abriu ainda mais espaço para o que João Doria chama de “avenida larga” do Centro, ou terceira via, já que nela há um pleiteante a menos.

Não é a primeira vez que Huck refuga. Em lista, PODER Online já havia rememorado as outras desistências do apresentador. Confira:

11/2017 – A primeira renúncia

Crédito: Reprodução

Cotado para entrar na corrida presidencial de 2018, Luciano Huck deixou seu nome ser ventilado até novembro de 2017, quando utilizando-se de seu meio preferencial, a página 3 do jornal Folha de S.Paulo, descartou a candidatura. “Quem se interessa pelo que sou e faço pode acreditar: vou atuar cada vez mais, sempre de acordo com minhas crenças, em especial com a fé enorme que tenho neste país. Contem comigo. Mas não como candidato a presidente”, escreveu.

2/2018 – A segunda renúncia

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A primeira renúncia parece não ter tido qualquer efeito, e Huck voltou a seu pravda particular, a seção “Tendências e Debates” do jornal Folha de S.Paulo para declinar pela segunda vez aa candidatura. “A recorrência desta hipótese em torno do meu nome fez ressurgir uma espiral positiva de tamanha força que foi humanamente impossível não me deixar tocar”, escreveu, para então tentar mostrar repugnância à pregação antipolítica de 2018 que elegeria Bolsonaro e se desvencilhar da própria pecha de um possível salvador da pátria. “Temos que nos aproximar, colocar a mão na massa. Só a política pode de fato tirar essas ideias e projetos do papel. Não devemos renegá-la, mas sim ocupá-la com uma nova agenda e uma nova forma de exercê-la, ética e altruísta.

10/2018 – Lavando as mãos

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Com o primeiro turno das eleições de 2018 definido, o apresentador tentou manter certa equidistância dos vencedores, Bolsonaro (PSL) e Haddad (PT). Em novo artigo para a Folha, ele lastimou a opção do eleitorado, chamando a decisão de segundo turno de “escolha de Sofia”. Em relação ao PT, fez questão de dizer que “não compactuava com o modo de pensar e de operar”, e que a pauta de justiça social e combate à desigualdade econômica não poderia ser “monopólio de um único partido”. A crítica a Bolsonaro foi menos incisiva: “Tendo a não acreditar que se eleito, Bolsonaro invista no caminho do autoritarismo ditatorial, com atos extremos como fechamento do congresso, censura na mídia, perseguição política e outros radicalismos antidemocracia”.

10/2020 – Un nouveau visage

Crédito: Itamar Aguiar / Palácio Piratini