Luís Roberto Barroso

Luís Roberto Barroso || Crédito: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Ministro do STF e atual presidente do TSE expõe à comissão especial da Câmara sua contrariedade com o voto impresso auditável. “A vida vai ficar bem pior”

Pouco mais de 30 minutos foram suficientes para que o ministro do STF Luís Roberto Barroso explicasse, nesta quarta-feira (9), as razões de sua discordância do projeto do voto impresso auditável, cavalo de batalha bolsonarista.

Em audiência na Câmara Federal para a Comissão Especial da PEC do voto auditável, Barroso disse que a urna eletrônica derrotou “um passado de fraudes”.

O projeto da emenda constitucional não dispõe sobre o fim das urnas eletrônicas, mas sobre a inclusão de um comprovante de votação, que seria impresso e certificaria a opção do eleitor.

Barroso é contra o projeto e chegou a ligar para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pedindo para o Congresso repensar o andamento dessa proposta.

Entre as dificuldades listadas pelo ministro, que deverá passar o comando da Justiça Eleitoral em 2022 para o colega Alexandre de Moraes, está o alto custo do projeto, que, segundo Barroso, estaria na casa dos R$ 2 bilhões. Procurado por PODER Online, o gabinete da deputada Bia Kicis, autora do projeto, afirma que o montante previsto é de R$ 400 milhões.

Para Barroso, o voto impresso auditável pode gerar “quebra de sigilo” e dar azo a fraudes.

“Se o Congresso Nacional decidir que deve ter voto impresso e o Supremo validar, vai ter voto impresso. Mas vai piorar, a vida vai ficar bem pior.”