Sem fé no próprio taco eleitoral, Crivella quer embaixada na África do Sul

Marcelo Crivella || Crédito: Palácio do Planalto/Divulgação

Indicação do ex-prefeito carioca ainda traria dividendos para o governo junto a Edir Macedo, da Universal; Crivella já evangelizou no continente

Para agradar ao bispo Edir Macedo, o governo brasileiro quer fazer do ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella embaixador na África do Sul.

Crivella, que passou pelo constrangimento de ter a prisão decretada antes do fim de seu mandato, é sobrinho de Macedo, fundador da Universal e religioso mais importante do país para a família Bolsonaro.

Crivella morou na África nos anos 1990 e chegou a escrever o livro Evangelizando a África, em que trabalhou, como disse, pelos “menos favorecidos”.

A ideia de transformar o político em diplomata surgiu pela possibilidade de ele ser rejeitado nas urnas em 2022, quando poderá disputar a deputado federal ou senador. Crivella está inseguro e quer ocupar um posto mais palpável, se possível, por pelo menos cinco anos.

Mais provável é pensar no sujeito como emissário da Universal ao continente africano, onde a igreja coleciona revezes em série. Em Angola, vem sendo objeto de investigações criminais por conta de lavagem de dinheiro.

Quando o Brasil ou qualquer outro país quer colocar um embaixador em alguma nação amiga, fornece o nome e os dados principais do candidato para um processo chamado agrément — que raramente é negado e, por isso, fica todo mundo meio chocado quando há recusas.

O Itamaraty, que torce o nariz para embaixadores escolhidos pelo presidente, não se pronunciou sobre o assunto,