O fato de o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CRE) da Câmara Federal, Aécio Neves (PSDB-MG), ter presidido, nesta quinta-feira (8), a audiência com especialistas sobre a quebra de patentes de vacinas foi visto como um gesto de apreço ao PSDB, ou ao menos à facção do partido influenciada pelo deputado mineiro.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a quem caberia tocar a audiência, declinou em favor de Aécio.
Pode até parecer, mas não se trata de gesto trivial.
Tratar o deputado mineiro, que acabou de se livrar de uma acusação de corrupção em Furnas, como queridinho, é um grande gesto político. Sinaliza o entendimento de Lira com o homem que quase derrotou Dilma em 2014.
Aécio é um importante aliado para o Centrão, que Lira comanda. Ele quer aglutinar o maior número de forças para 2022, quando os dois candidatos óbvios para o segundo turno deverão ser Jair Bolsonaro e Lula.
Dada à sem-cerimônia com que o Centrão adere a chapas vitoriosas, independente de ideologias, trata-se de uma escolha menos de Sofia do que de seu Lira.