A pousada Villas Taturé, na praia do Toque, em São Miguel dos Milagres, no litoral mais “in” de Alagoas, tem bangalôs confortáveis, consoantes com a localização.
Mas está a anos-luz do requinte de sua vizinha Pousada do Toque, de Nilo Burgarelli, responsável por fazer daquela região uma das mais sofisticadas, senão a mais, do Atlântico brasileiro.
A Taturé é de Gilson Machado Neto, hoje ministro do Turismo.
Visitas ilustres têm se tornado rotina na Taturé, o que despertou a curiosidade de parlamentares de oposição. Há quem diga que Gilson, ao falar com orgulho da pousada, está fazendo propaganda de seu negócio enquanto ocupa esse seu big cargo no governo.
A situação ensejou um acompanhamento mais acurado do movimento do estabelecimento por parte de congressistas de três partidos oposicionistas.
Mixar os negócios públicos e privados tem restrições legais e impeditivos morais, mas isso não parece ter sido a tônica de conduta de algumas figuras públicas do país.
Antes de integrar a Esplanada, o sanfoneiro preferido de Bolsonaro havia sido multado em R$ 3 500 justamente por conta de seus bangalôs, que devem ser retirados da areia da praia à noite, para não incomodar as tartarugas que visitam a APA (área de proteção ambiental) da Costa dos Corais, onde fica a praia do Toque, a fim de pôr seus ovos.
O analista ambiental que multou em 2016 o futuro ministro foi exonerado mal o governo Bolsonaro começou a funcionar. Gilson já estava no ministério, então como secretário de Ecoturismo.