Artur Grynbaum

Artur Grynbaum || Crédito: Divulgação

Vice-presidente do conselho administrativo e ex-CEO do Grupo Boticário, executivo diz o indizível em entrevista ao “Estadão” e defende lockdown no Brasil

No mundo paralelo em que vive boa parte da elite empresarial brasileira, tratamento precoce, comércio “full” e vida normal são conceitos que se ajustam sem problemas a um país em que morrem 3 mil pessoas de Covid-19 por dia. Criticar a substituição sucessiva de ministros da Saúde, os percalços voluntários na compra de vacinas e a defesa da cloroquina, claro, não é o caso.

Quando muito, uma cartinha melhor redigida com algumas notas de rodapé sugerindo que subsidiar a compra de uma máscara um pouquinho mais reforçada pode, quem sabe, movimentar os noticiários.

Nesse cenário, quem fala a palavra “lockdown” é digno de ser trancafiado no Pinel pelo próprio Simão Bacamarte.

Pois um dos empresários mais bem sucedidos do Brasil, o paranaense Arthur Grynbaum, que acaba de operar sua própria sucessão no grupo, pronunciou a palavra indizível hoje.

Em entrevista ao Estado de S.Paulo, disse: “Se eu pudesse eleger, poderíamos ter um lockdown e mais aplicação das vacinas (…) Israel, por exemplo, adotou também o lockdown, vacinou e agora começa o início de uma vida normal.”

“Dado que nós não temos as vacinas, o lockdown pode ser uma saída? Sim, desde que ele seja feito de forma correta pelas pessoas. Não adianta fechar os estabelecimentos, e a população se aglomerar em outros locais, para se divertir. E ninguém está falando de cerceamento de liberdade, mas tem de ter responsabilidade.”