A ministra Flávia Arruda, da secretaria de Governo, terá de fazer contorcionismo para se equilibrar em suas sandálias Clarita para atender aos pleitos dos parlamentares e dos agora colegas de Esplanada no Orçamento de 2021.
Nova dona do cofre da União, Flávia terá de reorganizar as finanças que ela mesma aprovou quando na Comissão Mista de Orçamento (CMO), cuja presidência acaba de deixar para assumir o ministério palaciano.
Agora, terá de atender tanto os pedidos de emenda dos deputados quanto aguçar os ouvidos para ouvir os apelos de corte emitidos em baixos decibéis, quase em sussurros, do ministeriozinho da Economiazinha. A expectativa é de cortar ao menos R$ 10 bilhões de um orçamento aprovado com déficit de R$ 251 bi.
A secretaria de Governo é um estágio remunerado para que Flávia ganhe visibilidade e cancha para concorrer ao governo do DF em 2022.
Seu coach é o marido, o ex-governador ficha-suja e malvado favorito do Distrito Federal, José Roberto Arruda.
Foi para ele, aliás, que o presidente Bolsonaro telefonou ao convidar a deputada para assumir o ministério.
Além de aceitar em nome da mulher, Arruda fez alguns telefonemas para montar uma equipe de confiança para assessorar a nova ministra, uma função que é bem mais proeminente que o mandato na Câmara.
Nesta semana, a ministra deve receber uma romaria de parlamentares do PSL, PT, PDT, Psol, PTB e PSB et caterva. Para muitos deles servirá cafezinho coado – e só.