“Here, there, everywhere”, a famosa música dos Beatles já foi vertida para muitos idiomas, e no Brasil foi cantada, em versões próprias, por Rita Lee, Ronnie Von e Gal Costa. Se fosse apropriada por um marqueteiro político, talvez ele estivesse a serviço do Centrão.
É que essa agremiação política amorfa que parece anterior à própria implantação do sistema republicano no Brasil e hoje apoia Jair Bolsonaro, também já foi linha auxiliar dos 14 anos de presidência petista, embora tenha sido esse mesmo Centrão que deixou Dilma a chorar sozinha o impeachment.
No governo Michel Temer, a agremiação foi o esteio do presidente acidental, servindo de anteparo às flechas de bambu (ou de picanha) disparadas pelo ex-PGR Rodrigo Janot.
Definindo-se como “suprapartidário”, a ideologia do Centrão é o adesismo, não importa a cor da bandeira do partido dominante.
Mas o apoio atual a Jair Bolsonaro, explicitado pela miríade de emendas que deram substância à candidatura Arthur Lira à presidência da Câmara, não é assim, digamos, orgânico.
Em conversa nesta terça-feira (9), integrantes do Centrão colocaram na mesa a possibilidade de voltar a apoiar Lula, a depender da estatura que o ex-presidente ganhe desde a decisão de Edson Fachin de anular as decisões de Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba.
Hoje, a frente está dividida entre novos bolsonaristas e antigos lulistas. Um embate que promete se estender até a próxima eleição presidencial, em outubro do ano que vem.
Quem der mais, leva. Afinal, o Centrão é da galera.