O apetite dos partidos pelas comissões fixas da Câmara Federal tem atrapalhado as definições sobre os colegiados.
Diferentemente do Senado, que já instalou as comissões, na Câmara as definições se arrastam desde o começo de fevereiro.
Nesta quinta-feira (4), havia a expectativa de que os nomes na Câmara fossem enfim divulgados. Mas o presidente, Arthur Lira, disse à imprensa que “se não for hoje, será na terça-feira que vem”.
Está difícil conseguir consenso entre os parlamentares, especialmente na CCJ, que tem costura entre Lira e o PSL, maior partido da Casa, e que, por um raro acordo interno, indicou Bia Kicis (PSL-DF).
Nesta quinta, a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) entrou na Justiça para impedir a indicação de Kicis, afirmando que ela defende temas que ferem o Estado Democrático de Direito. A Justiça Federal negou o pedido.
Está resolvido que a CCJ e a Agricultura ficam com o PSL, que também disputa as Relações Exteriores; o Desenvolvimento Econômico e a Saúde devem ir para o PSD; e Viação e Transportes para o MDB.
O resto é palha.
Entre os candidatos para a presidência das comissões de menor destaque estão figuras polêmicas, talvez nem tanto quanto Bia Kicis, mas do quilate de Aécio Neves (PSDB-MG), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o príncipe Luiz Philippe Orleans e Bragança (PSL-SP).
Os líderes estão reunidos desde 15h de hoje e devem permanecer assim por mais algum tempo. Existe uma remota chance de que Lira desenrole tudo até 18h. Tudo pode acontecer, inclusive nada.