A indicação do almirante Flávio Rocha, chefe da SAE (secretaria de Assuntos Estratégicos), para o comando da secretaria de Comunicação Social da Presidência da República mostra que no governo Bolsonaro nunca se deve dizer nunca.
Desde 2019, o almirante Rocha tenta conseguir um cargo que lhe traga prestígio compatível ao que vem sendo dedicado aos militares, notadamente do Exército. Ele até foi sondado para ser o número 2 da secretaria-geral da Presidência na gestão de Jorge Oliveira, que agora se tornou ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), mas não rolou.
Rocha também esteve entre os cotados para assumir uma cadeira na diretoria da secretaria de Governo. Os cargos sempre foram ligados à gestão de imagem do presidente, ainda que o próprio Bolsonaro seja avesso à comunicação com a imprensa.
A indicação do almirante da Marinha à chefia da comunicação social eleva o status dos militares mais uma vez. Flávio Rocha diz que tem experiência comprovada em “gestão”, embora seu trabalho mais próximo a isso seja uma dúzia de conselhos aos diretores do Banco do Brasil.
Substituições na Secom do Planalto têm acontecido há pelo menos dois meses, desde a baixa de Vera Stumm. A vaga tinha ligação direta com Fabio Wajngarten, o ex-secretário de Comunicação.
Ao menos 15 pessoas foram exoneradas neste meio-tempo, inclusive o responsável pelo credenciamento da imprensa no palácio, o “fazedor de releases” internos e a coordenadora de campanhas de marketing institucional.
Más línguas dizem que todos serão substituídos, por indicação, a exuberantes especialistas – foco no adjetivo.