Num país em que o Centrão dá as cartas na vida política de governos de esquerda e de extrema-direita, é difícil se surpreender com a biografia de qualquer parlamentar cujo partido se acomoda na zona cinzenta da agremiação.
Como o fluminense Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, a histórica sigla do trabalhismo getulista, hoje linha auxiliar do bolsonarismo mais xiita.
Jefferson, que deu sustentação a Fernando Collor durante a primeira dentição do Centrão, também aderiu ao governo Lula, para depois romper com o PT de maneira espetacular, tendo revelado à Folha de S.Paulo o acordo de compra de apoio parlamentar conhecido como “Mensalão”.
Jefferson acabou cassado por seus pares em 2005, mas conseguiu manter o PTB em sua órbita.
Desde 2019 o ex-deputado passou a alisar Bolsonaro, comungando de sua face mais truculenta, exibindo-se em fotos empunhando armas, por exemplo.
O passo mais recente foi acolher no PTB seu conterrâneo de Petrópolis, o deputado Daniel Silveira, eleito pelo PSL, que foi preso por determinação do STF com base na Lei de Segurança Nacional por atacar a Corte e pedir a volta do draconiano AI-5.
Disse Jefferson, pelo Twitter: “Deputado Daniel Silveira, na prisão, acaba de assinar a ficha de filiação ao PTB. Seja bem-vindo, heroico deputado. Daremos sangue por você. Nós não abandonamos o soldado ferido.”