Desde que deixou a presidência rotativa do STF, no começo de setembro, o ministro Dias Toffoli saiu um tanto de cena. Algo nada surpreendente, já que o mandatário da corte sempre tem grande visibilidade num tribunal chamado a se pronunciar cotidianamente sobre tantos e tão diversos assuntos.
Mas Luiz Fux, o atual presidente, não parece ser o único a ter a precedência – e a preferência – dos holofotes. Na semana passada, Luiz Edson Fachin, que foi o ministro atacado de maneira mais vil pelo deputado Daniel Silveira; Alexandre de Moraes, que mandou prender o deputado; e Gilmar Mendes, que vem manifestando espanto crescente (e alguma repugnância) com o teor das conversas mantidas por promotores da Lava Jato com o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro, ocuparam homepages, manchetes e escaladas.
A semana começou, contudo, com Toffoli ganhando espaço. Ontem, em programa da undécima hora da TV Bandeirantes, ele deu “teasers” da investigação aberta no âmbito do STF para apurar a indústria de fake news e os ataques ao Supremo.
Um dos teasers: há dinheiro internacional financiando as campanhas de desqualificação de oponentes.
“Há uma organização por trás disso, que ataca inclusive a imprensa tradicional e séria. Temos que estar atentos”, disse.
Embora tenha privado com Bolsonaro em diversos momentos, foi sob a presidência de Toffoli que a Corte foi atacada pelo Executivo de maneira inaudita, especialmente em 2019, quando até fogos foram atirados contra o prédio.
Houve até uma ocasião em que Bolsonaro “apareceu” no Supremo sem mais aquela, acompanhado de uma entourage de dirigentes industriais, a fim de pressionar pela reabertura da atividade econômica em momento crítico da pandemia de Covid-19.
Seus dois anos devem ter passado rápido.
Atualização: Há poucos minutos o jornal O Globo publicou reportagem em que cita o empresário brasileiro radicado em Miami João Bernardo Barbosa como a fonte de financiamento internacional de um dos propagadores de fake news investigados pelo Supremo, o site Terça Livre. Barbosa, segundo a reportagem, fez transferências financeiras a Allan dos Santos, responsável pelo site, e ainda pagou faturas do cartão de crédito de Allan.