Liberais querem evitar o debate sobre o aumento de impostos sobre grandes fortunas na Câmara dos Deputados, tema que desperta simpatia de alguns parlamentares e voltou à pauta com o incremento da indecorosa desigualdade social brasileira com a pandemia.
A tributação é rechaçada pelo governo, e o ministro Paulo Guedes (Economia) não esconde seu descontentamento com a pauta.
O tema chegou à grande imprensa hoje, com reportagem da Folha de S. Paulo que detalha reação da Receita Federal ao pleito.
O órgão evoca a ameaça de sempre, uma suposta fuga de capitais, para dizer que a medida é indesejável. Uma alternativa seria o fim do Refis (parcelamento de dívidas com a União com descontos a perder de vista) e a tributação maior sobre pessoas jurídicas.
Guedes, previsivelmente, vê fuga de investimentos para paraísos fiscais numa atualização da famosa frase do ex-presidente da Fiesp, Mario Amato, que previu o êxodo de 8oo mil empresários caso Lula vencesse as eleições contra Fernando Collor, em 1989.
Liberais de direita (com o perdão da redundância) têm agendas esta semana em Brasília, com compromissos marcados em gabinetes e restaurantes estrelados da capital.