O fim de ano não foi muito leve para João Doria. O cancelamento da prometida entrevista coletiva em que o governo paulista daria conhecimento da eficácia da vacina CoronaVac, o “zap” com que o governador conta para vencer seu adversário político Jair Bolsonaro na guerra das vacinas, veio junto com sua viagem para Miami justamente às vésperas do lockdown de Natal no estado.
Deu ruim, bem ruim, e Doria acabou por fazer um bate-e-volta na Flórida e voltou para São Paulo perorando alguma coisa digna de manual de neurolinguística sobre “não ter compromisso com o erro”.
Enquanto isso, Bolsonaro fazia seu costumeiro freak show.
Além de atacar o governador paulista, decidiu passar as férias, bem longe da máscara e no meio da muvuca, no litoral paulista.
E mesmo assim conseguiu empatar o jogo político no combate à Covid-19 no único front que lhe interessa: a opinião pública.
Hoje Doria voltou a dar as cartas.
Em encontro com os novos prefeitos paulistas, ele reiterou que a campanha de vacinação paulista começa mesmo em 25 de janeiro – e ofereceu datas reais para as faixas etárias que terão preferência no recebimento da vacina “chinesa do Butantan”.
O governador também não apelou para subterfúgios, chamando de “segunda onda” o aumento rampante de casos de Covid no Brasil nestas semanas.
Amanhã a artilharia prossegue, com a esperada divulgação dos resultados da CoronaVac.