O inchaço da máquina pública é um daqueles problemas brasileiros sempre diagnosticados como de rápida solução, mas que, no frigir dos ovos, parece, na verdade, insolúvel.
Segundo o liberalíssimo Instituto Millenium, em 2019 o custo da máquina comprometeu 13,7% do PIB brasileiro.
Esse custo vem crescendo desde os anos 2000 sob a gestão de Lula e Dilma e também do “reformista” Michel Temer.
Embora com acenos a privatizações e propostas liberais, Jair Bolsonaro segue nessa tocada: vem distribuindo benesses a militares, aos policiais federais e rodoviários.
Sua agenda corporativista ficou bastante clara em recente visita ao Ceagesp paulistano em que deixou claro para a claque de cessionários e funcionários que a privatização da instituição, requerida pelo governo de São Paulo, não passaria enquanto Bolsonaro fosse presidente.
(Foi a primeira menção à expressão “calça apertada” – às vezes calcinha apertada – que passou a usar para designar o governador paulista João Doria.)
Resultado: servidores públicos continuam vivendo la dolce vita.
A última epopeia dos concursados foi a candidatura fantasma nas últimas eleições, onde 1 642 se colocaram como opções nas urnas e não fizeram campanha. Mais espetacularmente, 95% deles não receberam nem o próprio voto, segundo levantamento feito pelo UOL.
Servidores públicos têm direito a três meses de salário mesmo afastando-se, neste período, das atividades normais. A ideia é fazer campanha, mas muitos encaram como férias.
Integrantes do ministério da Economia informaram a PODER Online que o levantamento o deixou ainda mais insatisfeito o ministro Paulo Guedes. Como se sabe, ele tem forte resistência ao serviço público.
Por isso, quem sabe, esta seja a hora de acelerar os trâmites da reforma administrativa?