Rede D‘Or: A estreia na bolsa paulista da rede de hospitais D‘Or, que vem promovendo uma muito agressiva expansão por aquisição nos últimos anos, foi exitosa. A companhia arrecadou R$ 11,5 bi, mesmo com uma cotação de R$ 57,92 para sua ação, considerada alta pelo mercado. Maior companhia hospitalar da América Latina com 52 hospitais e 8 mil leitos, disse no roadshow para os investidores ter capacidade de dobrar o número de leitos muito rapidamente. Agora dispõe de recursos para isso.
Grupo Mateus: O grupo varejista forte no Pará, Maranhão e Piauí, com faturamento de R$ 10 bi no ano passado, fez sua estreia na B3 em outubro, arrecadando R$ 4,1 bi, o maior IPO de 2020 até então – seria superado depois pelo da Rede D’Or. Com cerca de 140 lojas, entre supermercados e atacarejos, teve lucro no primeiro semestre aumentado em 62% em relação ao mesmo período de 2019. A empresa é dirigida por seu fundador, Ilson Mateus Rodrigues (foto), nona maior fortuna do Brasil segundo a Forbes, que começou sua carreira empreendedora tentando encontrar ouro em Serra Pelada, no Pará, e depois à frente de uma biboca em Balsas, no Maranhão.
Petz: A entrada da maior rede de varejo para pets do Brasil na B3 teve uma simbologia toda própria. Ao lado do fundador e CEO da empresa, Sergio Zimerman (foto), estave na solenidade de emissão inicial de ações o border collie Wolke, que parece ter dado sorte aos investidores. A empresa teve a ação inicial fixada em R$ 13,75 e conseguiu cabalar no IPO R$ 3,03 bi. No primeiro dia do pregão a valorização foi expressiva, chegando a ser negociada a R$ 16,75.
Havan: O que seria um dos IPOs mais esperados do país deste ano, o da empresa fundada por Luciano Hang, bilionário listado pela Forbes como a décima fortuna do Brasil, acabou por não acontecer. Hang esperava uma avaliação do mercado para sua rede varejista em torno de R$ 100 bi, e a distância entre expectativa e realidade mostrou-se grande demais para o catarinense. Hoje com 152 lojas em 17 estados e no Distrito Federal, a Havan usa e abusa da imagem do empresário, grande apoiador do presidente Jair Bolsonaro e investigado no inquérito das fake news aberto pelo STF. Pesou para as dificuldades da Havan no IPO e para chegar ao “valuation” pretendido, entre outras razões, a ausência de um varejo eletrônico estruturado – algo ainda mais capital neste 2020 da pandemia.