Desfecho das eleições municipais irá começar a desenhar 2022

Ciro Gomes e Jair Bolsonaro || Créditos: Agência Brasil)

Vitória no Recife de João Campos, do PSB, partido que se uniu ao PDT em diversas capitais, deve fortalecer Ciro Gomes, que conta levar em Fortaleza com José Sarto; bolsonarismo está entre a cruz e a caldeirinha

Por Bernardo Bittar, de Brasília

Para Jair Bolsonaro, tanto faz quem ganhar a prefeitura de São Paulo, já que nem Bruno Covas (PSDB) nem Guilherme Boulos (Psol) devem lhe render qualquer dividendo eleitoral em 2022 – muito pelo contrário: vencendo Covas, Doria se fortalece; e o que o Psol acha do bolsonarismo, o recato não permite dizer.

O problema mais imediato é a prefeitura do Recife, disputada pelos primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT). É que, se João ganhar, abre espaço para o fortalecimento de Ciro Gomes no Nordeste, região onde Bolsonaro ainda tem dificuldade de penetrar – com auxílio emergencial e tudo.

Ciro já deve saborear uma vitória em Fortaleza, seu QG, onde o deputado estadual Sarto (PDT) abriu vantagem nas pesquisas para o oponente, Capitão Wagner (Pros)

Mas de volta ao Recife, se a vencedora for Marília, os petistas podem se fortalecer nas próximas eleições para presidente.

Nesta semana, Ciro Gomes visitou João Campos no Recife, melindrando mais uma vez sua relação com o PT. Apesar das tentativas de diálogo recentes, desde o último pleito, em 2018, as coisas não são mais as mesmas entre Lula e Ciro.