Por Bernardo Bittar, de Brasília
O baixo desempenho de candidatos bolsonaristas nas eleições municipais tem sido atribuído, em grande parte, ao fato de o chefe do Executivo não ser filiado a nenhum partido.
Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que a diluição de nomes de candidatos apoiados pelo presidente em várias legendas prejudicou a comunicação com o eleitorado. Ou seja: as pessoas se confundiram.
Sem perspectiva de que seu partido ideal, o Aliança Pelo Brasil, saia do papel, Bolsonaro precisa se abrigar em algum lugar que já exista. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente conseguiu apenas 8% do necessário (492 mil assinaturas) para lançar uma nova bandeira.
Em entrevista a PODER Online, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou ter chamado o presidente para retornar ao partido. “Fizemos o convite, sim, o momento é oportuno e esperamos que ele aceite.”
Para Daniel Duque, pesquisador da FGV, Bolsonaro precisa de um novo partido para centralizar as ações do governo, como o ainda imaginário Renda Brasil.
“A expectativa é que o governo perca popularidade se não continuar com os projetos de redistribuição de renda. Mas, caso consiga fazer os reajustes, só terá ganho nas urnas se deixar claro em que partido ele está.”