Operadores do mercado de capitais acreditam que banqueiros, como os da família Safra, tenham feito a operação
Por Anderson Antunes
O assunto desse fim de semana nas principais rodas de empresários e investidores do Brasil foi o envio recorde, supostamente feito por uma família riquíssima de São Paulo, de mais de R$ 50 bilhões em ativos líquidos para o exterior. Sem citar nomes, a informação foi originalmente publicada no domingo pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e desde então se tornou alvo de especulações.
São raras as famílias brasileiras com tanto recurso líquido, o que aponta para os banqueiros. A soma indica que as coisas por aqui não vão muito bem e não tendem a melhorar em um futuro próximo.
Tudo teria sido feito às claras, e só em impostos de transmissão foram pagos R$ 2 bilhões sobre a transação ao governo paulista, que em tempos de vacas magras deve ter soltado foguetes com o recolhimento inesperado.
Agora, aos nomes! Nos bastidores da Faria Lima, muita gente acha que Joseph Safra, o homem mais rico do país, pode ter sido o responsável pelos bilhões movimentados. Mas há quem acredite que o banqueiro já tenha feito algo assim em 2012, quando comprou o banco Sarasin (rebatizado J. Safra Sarasin), da Suíça, e transferiu para lá seu domicílio fiscal, praticamente zerando sua posição líquida em reais.
A família do banqueiro Aloysio Faria, morto no mês passado, também foi citada nas especulações, embora membros da família tivessem negado o movimento. Restou Moise Safra, o irmão de Joseph que morreu em 2014, e cujos herdeiros têm chances de serem a tal família transferidora.