Por cerca de 17 anos, o inglês Richard Branson, controlador da Virgin, que de rede de loja de discos e gravadora se transformou em companhia aérea, cadeia de hotéis, franquia de academias de ginástica, o diabo, acalentou este sonho: oferecer voos orbitais para viajantes interessados em conhecer a curvatura da Terra – bem, há controvérsias nesse particular. E agora está às vésperas de realizá-lo. Sua companhia de turismo espacial, a Virgin Galactic, fundada em 2004, deve fazer em 2022 seu primeiro voo tripulado orbital. A data já foi adiada muitas vezes, pois o caminho para chegar aqui vem sendo tortuoso – e sangrento. Três engenheiros morreram numa explosão em 2007 e sete anos depois foi a vez de um piloto de testes perder a vida. Branson persistiu porque, como disse ao jornal The Guardian, “assim que as pessoas vão ao espaço, voltam com entusiasmo renovado para enfrentar o que acontece neste planeta [Terra]”. Em maio passado, a nave espacial VSS Unity fez um teste bem sucedido, atingindo 89 quilômetros da superfície da Terra. Seis viajantes podem subir a bordo, junto com dois pilotos. Cada assento sai entre US$ 200 mil e US$ 250 mil. (Crédito: Divulgação)
Conhecido por sua ousadia e heterodoxia empresarial, o sul-africano Elon Musk parece perfeitamente à vontade entre pioneiros do turismo espacial. Ciente de sua capacidade de mobilizar o mercado financeiro, ele faz ruir e levantar cotações de moedas – e criptomoedas, especialmente – com tuítes de uma única palavra. Enfim, sua ambição espacial vai um pouco além de seus pares. Com sua Space X, ele quer levar pessoas à lua e a Marte – que Musk já disse pretender colonizar –, e está envolvido no projeto Artemis, da Nasa, que conduzirá dois astronautas à lua em 2024 – entre eles, a primeira mulher a chegar ao satélite. Em teste em maio, um protótipo voltou íntegro à Terra, após lançamento e viagem de 10 quilômetros de altitude. Em 2008, a Space X fez o lançamento do Falcon 1, o primeiro foguete privado movido a combustível líquido a atingir a órbita da Terra. Para quem quiser fazer uma viagem orbital mais contida, a nave Dragon, que comporta sete passageiros, anuncia voos para muito além da mítica linha de Kárman, que fica a 100 quilômetros da superfície da Terra.(Crédito: WikiCommons)
Ter recentemente deixado o comando das operações da Amazon, a empresa que fundou, deve ter esvaziado a agenda de Jeff Bezos, que anunciou recentemente, por meio de um tuíte, que ele mesmo fará o voo inaugural tripulado de sua empresa de turismo espacial, a Blue Origin, marcado para 20 de julho. Além do capo, viajam na nave New Shepard seu irmão Mark – que Bezos chamou de “melhor amigo” – e um passageiro que pagou a bagatela de US$ 28 mi pela honraria, num processo de leilão. O leilão demorou cerca de um mês e, segundo informações da Blue Origin, envolveu 6 mil candidatos de 143 países. Tal interesse é música para os ouvidos de Bezos, Branson e Musk, que veem sustentabilidade em seus sonhos como transportadores espaciais. Uma avaliação da instituição financeira suíça UBS prognostica que o setor movimente cerca de US$ 3 bi por ano em 2030.(Crédito: Divulgação)
Primeiro cosmonauta brasileiro a chegar ao espaço, o paulista Marcos Pontes conseguiu fazer com sua viagem de 2006 um rebranding pessoal. Militar da Aeronáutica, ele iniciou seu treinamento com a Nasa no final dos anos 1990, habilitou-se para viajar ao espaço no final de 2000, mas adiamentos por razões financeiras e, logo depois, o trágico acidente com o ônibus espacial Columbia, sustou os planos da empresa por tempo indeterminado. Ejetado assim do time norte-americano, Pontes decidiu fazer uma combinação cósmica com os russos, e,com a nave Soyuz, chegou à estação espacial Internacional. De volta à Bananalândia, aposentou-se da FAB e tentou mais tarde usar seu capital espacial nas urnas. Bateu na trave tanto para deputado federal, em 2014, como para senador, em 2018. Em 2019, contudo, seu esforço foi recompensado com uma boca na Esplanada dos Ministérios de Bolsonaro, à frente da Ciência e Tecnologia. (Crédito: Divulgação)