A primeira coisa que a senadora Leila Barros (Cidadania-DF) mudou ao assumir seu primeiro mandato no Senado, em 2019, foi o nome. Fez campanha como Leila do Vôlei, esporte pelo qual se consagrou como medalhista de bronze pela Seleção Brasileira nos Jogos de Atlanta e Sydney, nos Jogos Olímpicos de 1996 e 2000, respectivamente. Na vida pública, teve dois momentos de glória: o repasse de R$ 1,6 bilhão para o esporte e a criminalização do ‘stalking’ – quando uma pessoa é seguida e importunada a contragosto. Conquistou, com os dois projetos, muitos eleitores entre atletas e mulheres. Desde a sua entrada no Senado, ela se organiza (e não faz segredo disso) para disputar o Executivo do DF. Possivelmente, não será neste 2022. Até aqui, não ganhou a notoriedade esperada e pode-se dizer que ela está menor do que em 2018, quando foi a primeira mulher eleita para o Senado no Distrito Federal, com 403 mil votos, apesar de participar das sessões da CPI da Covid, quando costuma ser uma das últimas senadoras a falar. O improvável resultado em 2018 veio após uma terrível derrota para a Câmara Legislativa, quando ela recebeu cerca de 11 mil votos (na época concorreu pelo PRB). Eleita pelo PSB para o Senado, trocou de partido em agosto deste ano.
Um dos maiores goleadores da história do futebol e figura histórica da Seleção Brasileira, o senador Romário (PL-RJ) entrou na vida pública em 2011, elegendo-se deputado federal. No mandato seguinte, chegou ao Senado e em 2022 disputa a reeleição. Desde que colocou o pé no Congresso, recebeu mais atenção pelas festas que fazia no Lago Sul, em Brasília, do que propriamente pelas atividades legislativas. Na Câmara, era tratado como um outsider e, muitas vezes, comparado com o palhaço Tiririca. E virava notícia quando era chamado para audiências envolvendo questões de família no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), geralmente tietado nos corredores. Foi no Senado que o baixinho se encontrou, tomando para si uma pauta de extrema importância: a defesa de pessoas com doenças raras. Romário tem uma filha com síndrome de Down, Ivy, assunto recorrente em suas redes sociais. Justamente por isso, Romário perdeu a compostura ao chamar, há duas semanas, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, de “imbecil”. O caso ocorreu após o chefe da pasta dizer que a presença de crianças em turmas regulares de ensino, sem acompanhamento, atrapalhava o aprendizado dos demais alunos.
A famosa dupla de ataque grandemente responsável por trazer o tetra para o Brasil, na Copa de 1994, nos Estados Unidos, Bebeto e Romário, acabou por se refazer na política, ainda que em estamentos e partidos diferentes. Bebeto, que, como Romário, teve passagens gloriosas pelos rivais Flamengo e Vasco, está em segundo mandato de deputado estadual na Alerj, a assembleia legislativa fluminense, agora pelo Podemos. Com preocupação com os temas do esporte, educação e terceira idade, o parlamentar votou pelo impeachment do ex-governador Wilson Witzel (como de resto, todos os seus colegas) e junto com o presidente da Casa, André Ceciliano (PT), e outros deputados criou o projeto de lei que muda o nome oficial do estádio do Maracanã, de Mário Filho para Rei Pelé. Nisso ele talvez divirja de Romário, que já disse que “Pelé calado é um poeta”.
A popularidade como goleiro do Atlético Mineiro e da Seleção Brasileira não foi suficiente para fazer de João Leite, o jogador que mais vestiu a camisa do “Galo” – 684 vezes – ganhar as eleições majoritárias de que participou. Por três ocasiões ele tentou ser prefeito de Belo Horizonte, em 2000, 2004 e 2016, chegando ao segundo turno em todas as oportunidades. Sua carreira política começou na Câmara de Vereadores da capital mineira e há sete mandatos sucessivos tem assento na Alermg, a assembleia estadual de Minas Gerais. Também atuou como secretário municipal de esportes de BH em 93/94, na prefeitura Patrus Ananias (PT), e como secretário do Desenvolvimento Social e dos Esportes no governo do cruzeirense Aécio Neves (PSDB). Filiado ao PSDB, com uma pequeno passagem pelo PSB, quando disputou sua segunda eleição para prefeito, é político atuante, tendo presidido na Alermg comissões como a de Segurança Pública, a de Direitos Humanos e, agora a comissão extraordinária Pró-ferrovias Mineiras. Seu partido em Minas apoia o governo de Romeu Zema (Novo), que se alinhou a Bolsonaro em diversas questões, apesar da diretriz partidária nacional ser pelo impeachment do presidente.