LIVROS NO CENTRO

Por Denise Meira do Amaral
Fotos Paulo Freitas

Com janelões para a avenida Ipiranga e praça da República, tacos de madeira dos anos 1950 e pastilhas coloridas, o edifício David Cury ganhou ainda mais charme após a chegada da editora Fósforo, que ocupa dois andares do imóvel desde 2021. A Fósforo tem como uma das sócias a editora Fernanda Diamant, entusiasta do centro paulistano. Além de ter morado no Copan, ela inaugurou no térreo do prédio projetado por Oscar Niemeyer a livraria Megafauna, que atrai legião de leitores pela curadoria acurada.

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Formada em filosofia pela USP e com passagens pela Publifolha e Editora 34, além de ter criado a revista literária Quatro cinco um, Fernanda se associou na Fósforo ao advogado Luís Francisco Carvalho Filho e a Rita Mattar. A editora, que tem no portfólio a escritora francesa Annie Ernaux, prêmio Nobel de Literatura de 2022, é uma espécie de sucessora da Três Estrelas, que Otavio Frias Filho, companheiro de vida de Fernanda e pai de suas duas filhas, tinha fundado no Grupo Folha, em 2012.

Cria da pandemia, a Fósforo ainda conta com espaços vazios. Com ar minimalista, em uma espécie de tradução estética do período de confinamento, destacam-se peças de Sergio Rodrigues, como um gaveteiro e uma mesa de centro, arrematados em um leilão da editora Bloch.

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Fernanda se divide entre o trabalho presencial e o remoto. Quando não está na Fósforo, em reuniões externas ou viajando, trabalha de seu apartamento, em Higienópolis. Na sala, o piano divide a atenção com um pôster de Lula, da artista Rafa Mon. Já em sua mesa de trabalho, animais de pelúcia, em homenagem à Megafauna, estão entre pilhas e mais pilhas de livros.