AS ESCOLHAS DE MARTIN CORULLON

Crédito: Ilana Bessler

Por Carol Sganzerla 

O arquiteto argentino radicado em São Paulo tem seu nome ligado a projetos do universo da arte, como a Casa Triângulo e a Galeria Leme, em São Paulo, esta concebida com Paulo Mendes da Rocha, assim como o complexo cultural Cais das Artes, em Vitória (ES). Fundador do Metro Arquitetos Associados, Martin é o autor do projeto de expansão do Masp, junto ao sócio Gustavo Cedroni. Atualmente, está envolvido com a restauração da Oficina Brennand, em Recife, que ganhará novas instalações e infraestrutura para visitação.

MEMÓRIA MARCANTE DA INFÂNCIA:
A chegada de trem em Buenos Aires, com meu pai, aos 7 anos. Era inverno, nunca tinha ido para lá, só conhecia São Paulo e Rosário, onde nasci. Foi uma visão fantástica.

UM PRÉDIO EM SÃO PAULO:
O MuBE, Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia. Ele sintetiza um modo de pensar a arquitetura e a cidade. É um
projeto muito potente.

O MELHOR DA ARQUITETURA BRASILEIRA:
A originalidade. É uma arquitetura muito própria, como [Vilanova] Artigas, Paulo Mendes da Rocha, Oscar Niemeyer.

ARQUITETO QUE TODOS DEVERIAM CONHECER:
O suíço SigurdLewerentz. A materialidade e a atmosfera das obras dele são muito fortes.

MAIOR DESAFIO DA SUA PROFISSÃO:
Realizar, fazer acontecer. Conceber um projeto é fácil, mas a realização é muito complexa.

EM QUE MOMENTO SURGEM SUAS MELHORES IDEIAS:
Quando estou sozinho.

ONDE E QUANDO É MAIS FELIZ:
Quando penso em novos projetos, seja de arquitetura ou de vida. É o que mais me anima e me move.

SEU ESTADO MENTAL NESSE MOMENTO:
Um híbrido de apreensão com otimismo.

MELHOR HORA DO DIA:
Gosto da noite, quando tudo fica quieto.

MOMENTO DE MAU HUMOR:
Reuniões intermináveis no Zoom.

COMO SOBREVIVER À PANDEMIA:
Não descobri ainda, estou tentando.

VÍCIO:
Não sou uma pessoa de vícios, não tenho essa característica.

SONHO DE INFÂNCIA:
Voar.

QUALIDADE:
Transparência. Não consigo fingir nada.

DEFEITO:
Impaciência.

MEDO:
De ser triste.

A ÚLTIMA COISA QUE COMPREI FOI:
Dez maquininhas de relógio de parede no Mercado Livre. De uns tempos para cá faço umas invencionices na oficina do escritório.

O QUE FARIA SE FICASSE INVISÍVEL POR ALGUNS MINUTOS:
Roubaria um banco.

COM O QUE SE PREOCUPA:
Com a sobrevivência do planeta.

COMO DEFINE O BRASIL ATUAL:
Um pesadelo.

UMA DESCOBERTA RECENTE:
O centro de São Paulo. Estou morando na Praça da República e conhecendo, é uma descoberta.

SER BEM-SUCEDIDO É:
Ser livre. Poder fazer o que quer, realizar, viver do modo que deseja. Seria maravilhoso que todo mundo tivesse essa liberdade, seja na esfera individual ou coletiva.

O QUE NUNCA FALTA NA SUA CASA?
Bagunça. Sempre tem uma bagunça para arrumar.

LUGAR INESQUECÍVEL NO MUNDO:
Veneza. Já fui várias vezes. É uma cidade fantástica, fora do tempo. As experiências que tive lá foram incríveis.

OBRA QUE GOSTARIA DE TER FEITO:
O Copan, em São Paulo.

O GRANDE PROJETO DA SUA VIDA:
O Cais das Artes [teatro e museu, em Vitória], que fiz com Paulo Mendes da Rocha. Eu tinha 32 anos, ele foi supergeneroso de me dar a oportunidade de coordenar o projeto.

NÃO PODE FALTAR NO CAFÉ DA MANHÃ:
Pão.

UM LIVRO:
O Jogo da Amarelinha, de [Julio] Cortázar. É O Pequeno Príncipe da minha geração.

PECADO GASTRONÔMICO:
Ser supercarnívoro, gosto de todo tipo de carne e já experimentei vários.

QUEM VOCÊ GOSTARIA DE SER POR UM DIA:
Um monge em um monastério isolado no Tibete.

UMA INSPIRAÇÃO:
Paulo Mendes da Rocha. 

UMA CONSTRUÇÃO NO MUNDO:
As pirâmides do Egito. 

MÚSICA:
“Ele Me Deu um Beijo na Boca”, do Caetano Veloso, por causa de uma relação afetiva na minha história. 

OBJETO DO DIA A DIA:
Instrumentos musicais. Tenho o hábito de tocar piano, bateria, guitarra, violão em casa diariamente, com as minhas filhas [Antonia, 8 anos; Violeta, 15; e Malu, 24]. É um momento de prazer.