![](https://revistapoder.uol.com.br/wp-content/uploads/2021/05/chay-1.png)
Por Carol Sganzerla
Fotos Pedro Dimitrow
Styling Alexandre Won
Para um homem que não costuma traçar grandes planos na vida, Chay Suede vai muito bem, obrigado. Ele acaba de interpretar o personagem mais querido do público depois da protagonista de Amor de Mãe – Danilo, o filho que Lurdes, vivida por Regina Casé, passa a trama procurando; voltou ao horário nobre com a reprise de Império, sucesso de 2014 que o projetou nacionalmente, espera o segundo filho de sua mulher, a atriz Laura Neiva, com quem tem Maria, de 1 ano e cinco meses e, redundante dizer, carrega um dos rostos mais bonitos da televisão e o talento que faz dele um dos melhores atores de sua geração.
Especula-se agora que Chay interpretará Ayrton Senna na série da Netflix, a qual o ator não confirma, mas assume ser fã do piloto desde menino. “Eu tenho muito amor pelo Senna. Ele carregou a bandeira do Brasil em um momento muito frágil do país, era quase um padroeiro. Eu, com 2 anos, lembro quando ele morreu. Era um domingo [GP de Ímola, na Itália, em 1994] e minha prima chorava muito, nunca tinha visto ela chorar daquele jeito. Ela era mais velha, me pegou no colo e falou, ‘estou chorando porque o Senna morreu.’ E eu sabia de quem ela estava falando. Muita gente dizia que meu pai era parecido com ele, por causa do cabelo enrolado, do boné que usava”, relembra.
![](https://revistapoder.uol.com.br/wp-content/uploads/2021/05/4-1.png)
Domingo não só era dia de acompanhar a Fórmula 1 como também o culto em Vitória, sua cidade natal. Nascido em uma família cristã presbiteriana – seu avô era pastor –, Chay cresceu seguindo os pais em apresentações musicais da congregação. “O ambiente cristão trouxe para a minha criação muitos elementos artísticos, reflexivos, de leitura, de aprendizado. Meus pais eram dois jovens [tinham 19 anos quando o filho nasceu] que rodavam o Brasil com a banda Semear, eu tocava chocalho no palco. Meu pai escrevia, compunha as músicas”, diz o ator, que toda segunda-feira participa de cultos on-line com amigos e familiares.
Assim como o pai, o diretor e roteirista Roobertchay Rocha – mesmo nome de batismo do ator –, sempre foi natural para Chay escrever, de canções a crônicas. Tanto que entrou na faculdade de cinema em Vitória, mas a insistência do pai para participar do reality show Ídolos, da Record, em 2010, desviou seu caminho e o programa acabou virando porta de entrada para a dramaturgia – primeiro, a novela Rebelde, depois a estreia na Globo e no cinema. O hábito de escrever voltou durante o período de isolamento social e Chay desenvolveu alguns projetos que devem sair do papel este ano. Para o segundo semestre, está previsto o lançamento do longa 4×4, filme de estreia do fotojornalista João Wainer, rodado em 2018.
![](https://revistapoder.uol.com.br/wp-content/uploads/2021/05/pb-fotos.png)
Para manter a forma, o ator de 28 anos intensificou a rotina de exercícios na casa que divide com Laura, em São Paulo, desde 2019 – ano em que se casaram no jardim – e sua filha. “A paternidade validou uma certeza sobre o que é o amor. Até ser pai, a gente conhece lascas de amor. A confirmação da força do amor vem com filho. Você repensa sua vida inteira: o seu olhar sobre o mundo, sobre o outro, e de uma maneira mais amorosa porque vem com essa lupa do amor. Toda minha vida se ressignificou através dessa lupa amorosa que se chama Maria”, diz.
Além de Maria, o que brilha seus olhos é a perfumaria. “Sou alucinado por cheiro, cheiro de madeira, de couro, sempre tive uma memória olfativa boa e ela sempre me leva para um lugar. Tenho feito curso de perfumista. Já já vou começar a trabalhar com isso, estou com algumas ideias”, conta o rapaz que abraça aos poucos seus novos projetos. “Tenho dificuldade de querer as coisas que estão lá na frente, vou vivendo as delícias e as tristezas do dia a dia. Não planejo tanto, a própria vida tem sido mais interessante do que os meus melhores sonhos.”