Com os recursos naturais beirando o esgotamento e aterros sanitários lotados, a economia circular tem ganhado protagonismo crescente como alternativa ao velho modelo de economia linear, ou seja, de produção e descarte. A solução é optar por um sistema regenerativo e circular, com uso de energias renováveis, reutilização de insumos e extração sustentável de matéria-prima. Investindo globalmente cerca de R$ 2 bilhões por ano em sustentabilidade, a JBS, segunda maior indústria de alimentos do mundo e líder no setor de proteína, reúne uma série de iniciativas para se adequar aos novos protocolos de um mundo cada vez mais engajado na temática ambiental e preocupado com as consequências do aquecimento global.
Tendo a economia circular como premissa, a companhia reaproveitou, só em 2019, metade de seus resíduos, ou seja, mais de 1 milhão de toneladas. “Na economia circular não existe resíduo, tudo vira matéria-prima. O que antes iria para o lixo, agregamos valor e convertemos em um novo produto. Do berço ao berço”, explica Susana Carvalho, diretora executiva da JBS Ambiental e JBS Fertilizantes.
Entre as iniciativas do grupo está a criação do piso verde (foto abaixo), que apresenta a mesma resistência de um piso de concreto, feito a partir do reaproveitamento de aparas de embalagens plásticas multicamadas utilizadas em produtos in natura, que são de difícil reciclagem. O piso é destinado à construção civil e vem sendo empregado na pavimentação de instalações da própria JBS. O primeiro lote do piso verde foi aplicado na unidade matriz da JBS Ambiental, em Lins, no interior de São Paulo, em uma área de 2,2 mil m² – o que equivale a mais de cinco toneladas de material plástico que deixaram de ser destinadas a aterros.
Ainda no universo da economia circular, a JBS implementou a produção de biodiesel a partir de gordura proveniente da cadeia de produção de proteína, e também de óleo de fritura recuperado em residências, escolas, igrejas e estabelecimentos comerciais em mais de 40 municípios, que já ajudaram a dar destinação ambientalmente correta a cerca de 13 milhões de litros de óleo de fritura recuperado. Levando-se em consideração que cada litro de óleo pode poluir até 20 mil litros de água potável, o volume coletado pela JBS já contribuiu para evitar a contaminação de mais de 270 bilhões de litros de água.
A JBS está construindo uma fábrica de fertilizantes orgânicos em Guaiçara, também no interior paulista, e será a primeira empresa de alimentos no Brasil a utilizar resíduos orgânicos gerados em suas fábricas para produção de fertilizantes.
“Com a pandemia, os projetos de economia circular cresceram em uma velocidade gigantesca, tanto globalmente quanto no Brasil. É uma volta ao pensamento de como a natureza sempre nos ensinou, que tudo pode ser reaproveitado”, diz Guilherme Brammer, CEO e fundador da Boomera, empresa que oferece soluções de economia circular para o mercado. Segundo ele, passar mais tempo dentro de casa nos fez encarar o próprio volume de lixo gerado, nos fazendo refletir sobre o atual modo de vida e de consumo.
Brammer acredita que os grandes investidores e acionistas estão cada vez mais preocupados em colocar seu dinheiro em empresas com propósito e impactos positivos para a sociedade. “As empresas estão percebendo que é possível ter lucro e produtos excelentes, pensando de uma forma mais sustentável.”
Pensamento cada vez mais presente na JBS. O braço ambiental da companhia também gerenciou cerca de 24 mil toneladas de resíduos sólidos e produziu mais de 2 mil toneladas de produtos plásticos reciclados, como sacos de lixo, capas protetoras de paletes, bandejas e filmes termoencolhíveis. A JBS ainda assumiu o compromisso global de se tornar Net Zero até 2040, ou seja, de zerar o balanço de suas emissões de gases causadores do efeito estufa. A meta inclui as operações globais da empresa, assim como a sua diversificada cadeia de valor, que engloba produtores agrícolas e demais fornecedores, além de clientes, em seus esforços para chegar a emissões líquidas iguais a zero.
“Como uma empresa líder temos a responsabilidade não só de produzir alimentos de qualidade para a sociedade, mas também produzir de maneira sustentável, com menor impacto possível para o clima e o meio ambiente e, consequentemente, para a sociedade. É o nosso grande compromisso com os nossos consumidores”, destaca Susana Carvalho.