Ex-vice presidente da República no governo FHC e ex-governador biônico de Pernambuco, morreu na madrugada deste sábado (12) Marco Maciel, aos 80 anos.
Num país em que os players políticos são normalmente boquirrotos, Maciel se destacava por contraste, pelo silêncio. Padecendo do mal de Alzheimer, deixa mulher e três filhos.
Maciel, que pela magreza era comparado ao mapa do Chile, começou sua carreira no movimento estudantil do Recife, na UNE de Pernambuco. Da oposição ao governador Miguel Arraes (pré-exílio) à liderança política em Pernambuco, pela Arena, o partido de sustentação do regime militar, foi um passo.
Depois de dois mandatos consecutivos na Câmara Federal nos anos 1970 e seu consentimento ao fechamento do Congresso por 14 dias durante 1977 no chamado “pacote de abril”, foi recompensado pelos militares com a indicação para o governo biônico de Pernambuco, em 1978.
Pelos caminhos tortuosos que fazem a política ser tão interessante – ou justamente o contrário –, acabou deixando a sigla sucedânea da Arena, o PDS, trocando-a pelo PFL (o futuro DEM), sendo mais tarde uma das figuras centrais da coligação que sustentou Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em dois mandatos presidenciais ao longo dos anos 1990.
Maciel foi o fiel vice-presidente de FHC por oito anos, ainda que o PSDB tenha-no preterido num primeiro momento pelo senador alagoano Guilherme Palmeira.
Mas Palmeira foi abalroado por denúncias de corrupção, e soçobrou, abrindo caminho para Maciel.
Maciel exerceu três mandatos como senador, o último deles de 2003 a 2011.