A poucas semanas de pegar o boné e partir para a aposentadoria, o ministro decano do STF, Marco Aurélio Mello, decidiu falar.
Nada de muito novo nisso, mas o eloquente juiz resolveu dar pitacos logo em três temas diferentes — e candentes.
Nesta sexta (28), à CNN Brasil, reclamou da “perda de tempo” da Ação Direta de Inconstitucionalidade da AGU ao STF, impetrada para o governo tentar derrubar restrições de circulação em três estados da federação.
Em março, o Planalto havia tentado manobra similar, e, na ocasião, coube a Mello refutar a ação no Supremo, passando ainda um pito em Jair Bolsonaro, que assinava o documento.
Nesta sexta, ainda, o ministro criticou seu colega, Dias Toffoli, que votou no dia anterior em julgamento sobre homologação da denúncia do ex-governador do Rio, Sergio Cabral. Toffoli, como se sabe, era um dos delatados.
“Eu, no lugar dele, teria me declarado impedido ontem, porque a comunidade jurídica e os leigos não entendem isso. Julgar em causa própria é a pior coisa para o juiz”, disse à jornalista Carolina Brígido, do UOL.
Mas a semana Mello com a macaca começou na quinta (27), quando ele divergiu da ação da CPI da Covid ao aprovar requerimentos de convocação de governadores à comissão. “A seara para apurar se há responsabilidade é outra”, disse.