O novo assombro do governo é que a CPI do Orçamento Secreto, proposta nesta terça (11) pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA), caso ela venha mesmo a ser constituída, seja monitorada pelo MDB, a maior bancada do Senado e hoje fortalecida pela relatoria da CPI da Covid-19.
É que o MDB, por seu tamanho, tem prioridade na escolha de relatorias de projetos de emenda constitucionais (PEC), seguindo o princípio da proporcionalidade. E, como se vê na CPI da Covid, a sigla não está aliviando para o lado do governo.
Pedidos de investigação do Ministério Púbico e do Tribunal de Contas da União (TCU) podem fortalecer a ideia de Rocha, que ainda precisa colher ao menos 27 assinaturas para viabilizar seu projeto.
O jornal O Estado de S. Paulo publicou no domingo (9) uma longa reportagem afirmando que o governo liberou R$ 3 bilhões para congressistas por meio das emendas chamadas “do relator”, que ficam ocultas – ou secretas; todo o imbróglio vem sendo chamado de “Tratorão”, pois as emendas atendiam bases eleitorais municipais que pediam principalmente tratores, que, aliás, teriam sido superfaturados.
Se a CPI emplacar, o governo terá ainda mais dificuldades no ano que vem, quando o presidente Bolsonaro pretende se colocar como candidato à reeleição e já é dinamitado dia sim, dia sim, pela vitrine da CPI da Covid.
Ironicamente, o senador Roberto Rocha, ainda que do PSDB, costuma votar com Bolsonaro.