Com a baixa no mercado gastronômico de Brasília, cujos restaurantes ainda funcionam em horário reduzido, uma saída para o setor são as cozinhas privadas.
Personal chefs têm deixado para trás o ritmo frenético dos estabelecimentos para atender uma clientela, digamos, mais exigente. O mesmo ocorre com sommeliers, responsáveis por encontrar rótulos especiais para, “clientes especiais”.
Em casas no Lago Sul, bairro nobre da capital, agora transformadas também em escritórios, autoridades aparecem para almoços e jantares durante a pandemia. Além de mais discretos, são mais eficazes para os envolvidos.
Na QL 24, por exemplo, quatro residências são tidas como “representaçõe” de clientes que envolvem a cúpula do serviço público, o empresariado e banqueiros.
O mesmo ocorre na QI 15, endereço de dois ministros do STJ, onde duas residências vizinhas são conhecidas entre os lobistas da cidade.
Curiosamente, os cardápios costumam se adaptar aos vinhos, e não o contrário. E dá-lhe inclusive Pêra Manca e até Chateaux Petrus.
Nesta semana, uma dessas reuniões na orla do Lago Paranoá foi abrilhantado não pelo vinho, mas por um belo bobó de camarão. O tema da conversa foi a CPI da Covid, que sucumbiu diante do banquete feito por um ex-assistente do Gero, marca da grife Fasano que não sobreviveu em Brasília.