Deputada em primeiro mandato, Flávia Arruda (PL-DF) surpreendeu ao pular de “rookie” na Câmara direto para a presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO), uma das mais importantes do Congresso, ainda que sazonal.
Rodrigo Maia não conseguiu formar essa comissão em 2020, como cabia fazer, e a incumbência ficou com Arthur Lira, eleito em 1º de fevereiro.
Mas a ascensão da novata esteve longe de parar aí.
Flávia foi entronizada hoje no primeiro escalão do governo Bolsonaro. Ele é a nova titular da Secretaria de Governo, pasta de status ministerial, um “cadeau” do Centrão ao PL, o partido do eterno Waldemar Costa Neto, que estava sem grandes cargos no governo.
Na CMO, Flávia ajudou a destinar as verbas reclamadas pelos deputados que prestam apoio, digamos, ao Governo Federal. Agora, do outro lado do balcão, ela é oficialmente a dona do cofre. Poderá distribuir emendas e realocar verbas. O que é muito bom para o seu mandato, mas pode trazer certo desequilíbrio entre os Poderes.
Ex-garota do tempo no telejornal da Band de Brasília, a deputada é mulher do ex-governador de Brasília, José Roberto Arruda, figurinha fácil da política do DF, que chegou a ser preso por corrupção.
O momento político brasileiro é tão conturbado que hoje no Twitter Rodrigo Maia achou por bem defendê-la. “As críticas machistas à nomeação da deputada @FlaviaArrudaDF para a Secretaria de Governo não fazem nenhum sentido. Ela foi eleita com mais de 120 mil votos e vem exercendo o seu mandato com muita competência. Desejo que ela consiga organizar bem a articulação política do governo com o Parlamento. É isso que a sociedade brasileira espera.”