
A equipe médica que acompanha o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentou um grande desafio durante a cirurgia de 12 horas realizada nesta semana em Brasília. Segundo os médicos responsáveis, o procedimento exigiu extrema atenção e foi considerado um dos mais complexos desde o atentado sofrido em 2018.
Abdômen comprometido e aderências
De acordo com o cirurgião Cláudio Biroloni, chefe da equipe, o abdômen de Bolsonaro apresentou severos danos internos, resultado das múltiplas cirurgias anteriores. O médico descreveu o quadro como um “abdômen hostil”, expressão usada quando há fortes aderências, cicatrizes internas e obstruções que dificultam o acesso e o trabalho cirúrgico.
Além disso, a equipe relatou que a área estava bastante comprometida, com tecidos frágeis e uma anatomia alterada pelas operações anteriores. Essas condições elevaram o nível de complexidade do procedimento.
Procedimento considerado bem-sucedido
Mesmo diante das dificuldades, o médico Leandro Echenique, cardiologista da equipe, afirmou que o resultado da intervenção foi “excelente”. Segundo ele, todos os objetivos cirúrgicos foram alcançados, apesar da duração prolongada da operação.
“A cirurgia foi um sucesso, mas não foi simples. A recuperação, como prevíamos, será lenta e progressiva”, afirmou o especialista.
Recuperação exigirá cuidados redobrados
Após o procedimento, Bolsonaro segue em observação contínua, com monitoramento rigoroso da equipe médica. Os profissionais explicam que o processo de cicatrização será mais delicado do que o habitual, devido às condições internas do paciente.
Durante os próximos dias, a equipe fará avaliações diárias para acompanhar a resposta do organismo. Medicamentos específicos e controle nutricional também foram adotados para evitar novas complicações.
Histórico de cirurgias desde 2018
Desde que sofreu a facada durante a campanha presidencial, Bolsonaro passou por mais de cinco procedimentos cirúrgicos. Muitos deles envolveram a região abdominal, o que provocou alterações significativas no funcionamento dos órgãos internos e gerou o quadro atual.
Os médicos explicam que cada nova intervenção aumenta os riscos e cria novas barreiras anatômicas, tornando os procedimentos futuros ainda mais delicados.