Inflação dos EUA sobe 0,2% em fevereiro, abaixo do esperado

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A inflação ao consumidor nos Estados Unidos teve uma leve desaceleração em fevereiro, registrando um avanço de 0,2% no mês, abaixo do 0,5% observado em janeiro. Apesar da redução no ritmo de crescimento, analistas alertam que o movimento pode ser temporário, diante das tarifas impostas pelo governo sobre produtos importados.

Efeito das tarifas ainda não está totalmente refletido

No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 2,8%, abaixo dos 3% registrados em janeiro. O Departamento do Trabalho informou que os números vieram abaixo das expectativas dos economistas, que projetavam uma alta de 0,3% no índice mensal e 2,9% no anual.

No entanto, a tendência pode mudar. As recentes tarifas de 20% sobre produtos chineses e de 25% sobre importações do Canadá e México devem pressionar os custos de diversos produtos. As medidas protecionistas podem elevar os preços e influenciar a inflação nos próximos meses.

Preços de energia e alimentos seguem instáveis

Excluindo os itens mais voláteis, como energia e alimentos, o chamado núcleo da inflação cresceu 0,2% em fevereiro, após ter subido 0,4% em janeiro. Nos últimos 12 meses, esse indicador apresentou alta de 3,1%, levemente menor que os 3,3% do mês anterior.

Enquanto isso, os combustíveis seguiram com preços instáveis, refletindo oscilações no mercado internacional. O setor de alimentação também registrou variação mista, com alguns produtos apresentando queda nos preços, enquanto outros foram impactados pelos custos de importação.

Reação do mercado e previsão do Federal Reserve

A expectativa de inflação dos consumidores aumentou em fevereiro, impulsionada pela preocupação com os impactos das tarifas. Economistas do Goldman Sachs revisaram suas previsões e agora projetam que o núcleo do índice PCE, um dos principais indicadores monitorados pelo Federal Reserve, deve atingir 3% até dezembro, superando a meta de 2%.

Com isso, o banco central dos EUA deve manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50% na próxima reunião. O mercado financeiro, porém, acredita que cortes na taxa podem ocorrer a partir de junho, dependendo da evolução do cenário econômico.